É nesta convicção que acordo todas as manhãs. É com o objetivo de tornar esta convicção real que me visto e enfrento o novo dia. Enfrento os olhares, as bocas de quem não gosta de mim, e a arrogância de quem não gosta de ninguém. Mas cedo falho. Falho no momento em que encontro os olhos da única pessoa capaz de me destruir qualquer convicção, objetivo ou coragem. A mesma pessoa em quem confiei e me traiu. Me ensinou que não se pode confiar em ninguém, muito menos em nós próprios... A minha confiança nele e em mim, na minha capacidade de juízo de carácteres, deixou-me mal, muito mal mesmo.
Não só me traíste como fizeste a pior coisa que se pode fazer a uma adolescente: Tiraste-me a pouca confiança em mim mesma que tinha!
Fecho a janela. Dispo-me, vou para o duche e deixo a água correr, deixo-a lavar aquilo que se recusa a sair. A vergonha e a dor que está colada a cada parte de mim. Seco-me, visto o pijama e sento-me a olhar para os livros. Tens de estudar tens de estudar tens de estudar tens de estudar...
É com esta convicção que acabo todos os meus dias, uma convicção que sei ser tão falsa como aquela com que os começo.
Soraia

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