domingo, 6 de julho de 2014

Maçã Envenenada

As mentiras, para além de assustadoras são extremamente cruéis. Pouco me custa mais do que estar a olhar uma pessoa nos olhos e saber que ela me está a mentir. Sem sequer pestanejar. Mas nada, na verdade, se compara a uma traição.
Sabem aquele momento em que a branca de neve trinca a maçã da velhinha simpática e se engasga? Aquele momento em que a princesa se apercebe de que fora traída?
Esse olhar, esse sentimento, a incredulidade... Estou a falar disto pela última vez, porque preciso de de uma vez por todas pôr por palavras aquilo que senti.
Quando ele me disse que me tinha traído, que me tinha mentido todos aqueles meses... O meu coração parou. E a partir desse momento, entrei num sono profundo. Atravessei meses e meses sem me aperceber da realidade, apenas vivendo sem qualquer objetivo. Estava adormecida, a minha vida não tinha nada para além do que eu conseguia ver para além da minha redoma de vidro.
Sei que parece idílico, mas apenas voltei a acordar do sono profundo em que estava quando apareceu um príncipe e me beijou.
Uma noite, de baixo de chuva e das estrelas ele apareceu e beijou.me. A minha noite começou a brilhar, o meu corpo a tremer, o meu coração a saltar.
Assim, tal e qual um conto de fadas. A adrenalina que me percorreu o corpo foi como um despertador. Puxou-me do lugar escuro onde me tinha escondido durante meses e trouxe.me a realidade.
Esse momento seguido de tantos outros momentos fantásticos fez-me acreditar que a magia existe, mas que todas as maldições podem ser quebradas se tiver-mos a pessoa certa do nosso lado.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A Bela e O Monstro

Os momentos mais assustadores na vida de uma adolescente são sempre os mesmos... Não são aqueles em que o espelho parece deformar-nos, nem quando parece que toda a gente está a tentar fazer alguma coisa contra nós... Nada disso.
Quando éramos pequeninos, ouvia-mos as nossas histórias de embalar, aqueles contos de fadas que nos enchiam os sonhos... Claro, éramos miúdos, mas os vilões continuam sempre a parecer-nos a bruxa má. E esses são os nossos verdadeiros medos, que esses medos e essas bruxas se tornem reais.

Quando eu era pequenina, havia uma história que me irritava particularmente... A da Bela e o Monstro.
Aquela ideia de me apaixonar por alguém por quem nunca pensaria que pudesse acontecer. Com as características perfeitamente opostas áquelas que pensava procurar num Homem, aquela ideia de me apaixonar apenas pelo coração da pessoa... É esse o maior vilão da minha infância. E esse é o meu maior vilão agora...
Quando me começo a apaixonar.. nunca encontro uma verdadeira razão para isso estar a acontecer e por isso recuso-me a acreditar. Sempre que me começo a apaixonar a história repete-se... Aquela pessoa porque? é impossível miúda... Impossível! Esquece a sério... E depois parece que a história se torna real.., e de um momento para o outro, já não consigo recusar-me a acreditar. Como que por magia... O "monstro" torna-se O príncipe. E é esse o momento mais assustador da adolescência...
O momento em que o nosso coração se apaixona pela pessoa que aos olhos de todos é o "monstro", que não há muito tempo não nos parecia exatamente a pessoa perfeita...mas que de um momento para o outro nos enche o coração... O momento em que o feitiço, não é quebrado, mas sim lançado...
É neste momento, que eu digo, AMO-TE, ÉS O MEU PRÍNCIPE e nunca, mas nunca ninguém vai conseguir tirar-me essa ideia. Apareceste e tornaste a minha vida tão especial que não existe qualquer monstro, fizeste-me perceber que os monstros estão apenas na minha cabeça, que o teu coração é tudo com que me importa sonhar, e que a história de que tinha tanta raiva, afinal apenas me incomodava por uma razão. A história certa não tem monstro, a minha história só te tem a ti, a pessoa perfeita para mim.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Telas do passado

Não sei que bicho me mordeu. Não faço ideia porque fico assim, a sério que não.
Só sonho com ele, o meu subconsciente está completamente saudosista... Eu não lhe dou um unico pensamento do meu dia normalmente, tenho a cabeça tão cheia de coisas que nem tenho tempo de me concentrar na dor e etc etc e tal...
Quer dizer, não sonho com momentos que poderíamos ter vindo a ter nem coisas que gostaria de ter dito ou feito e não fiz ou disse, não sou assim tão surreal. Sei que não tínhamos futuro e aparte o mau-final não estava a espera que durássemos para sempre, era demasiado perfeito para ser real. Nada disso. Sonho com o passado. 
Os meus sonhos são as telas das memórias. As telas daquilo que tive com a pessoa que mais amei em toda a minha vida. E isso assusta-me de verdade. A meio da noite vejo tudo vezes e vezes sem conta, as palavras certas ditas no momento certo, as cartas perfumadas, as prendas, as serenatas, os segredos, as confissões. Vejo esses momentos que estão enterrados no passado e que não me permito recordar no dia-a-dia. Vejo tudo isso. E quando acordo sinto-me zonza... Como se estivesse inebriada pelas sensações que as memórias me causam agora e com as emoções que causaram na altura... É um cocktail perigoso, um cocktail que me deixa completamente confusa. Acordo, sento-me na cama e vejo o sonho todo a escaparse-me pelos dedos como se fossem uma areia muito fina,quente e agradável durante algum tempo até se tornar incomoda...
Incomoda-me o quanto está vivo na minha memória, incomoda-me que lide tão bem com tudo isto, incomoda-me...
Os meus sonhos sempre foram muito importantes para mim porque me revelam medos e desejos que nem eu sei que tenho. Mas desta vez, acho que não é nada disso, tenho a certeza de que estas fitas que vejo desenrolarem-se todas as noites são o meu castigo. O castigo que eu própria dei finalmente a mim mesma por ter feito aquilo que sempre jurei não fazer: mandar-me de cabeça...

Sou tão cruel...

domingo, 30 de março de 2014

Grilinho Falante

Um grilinho falante é a versão infantil da malfadada consciência... O meu grilinho Falante tem uma voz muito aguda, tão aguda que me deixa a cabeça completamente zonza quando fala, e acreditem, fala muito.
Quando paro de pensar em mil e uma coisas, de refletir acerca de coisas sem qualquer interesse prático pelo menos numa realidade a curto prazo, então começo a ouvir o eco... Um eco que não perde sílabas. Não perde nada das suas palavras duras. Durante todo o dia ignoro a voz dentro da minha cabeça que me tenta guiar e quando finalmente estou demasiado cansada para preencher a cabeça com coisas sem sentido, oiço. 
Oiço a recriminação, a dor e os remorsos, ouço a vontade de chorar, ouço os gritos reprimidos, ouço a fúria aprisionada numa pequena jaula no fundo do meu cérebro. Ouço tudo. Oiço os erros, oiço as atitudes erradas e as que acredito serem certas, oiço os meus pesadelos e oiço aquilo que menos quero ouvir: as memórias dolorosas que dou de alimento à fúria enjaulada como forma de as tentar fazer desaparecer... A fúria vai definhando porque as memórias se recusam a alimentá-la. As memórias boas que doem mais do que as más... A saudade que me faz sentir revolta comigo própria simplesmente por a sentir. Oiço tudo isto, e dói-me a cabeça, dói-me a alma de pensar que nada vai ser como dantes e de pensar que não me lembro se quero ou não voltar atrás.
O meu grilinho falante tira-me o sono, mas é graças a ele que não sou o pinóquio... 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Convicções falsas...

Abro a janela. Respiro o ar frio que ainda se faz sentir. Vejo o sol que se prepara para aparecer, e digo: Este vai ser um bom dia.
 É nesta convicção que acordo todas as manhãs. É com o objetivo de tornar esta convicção real que me visto e enfrento o novo dia. Enfrento os olhares, as bocas de quem não gosta de mim, e a arrogância de quem não gosta de ninguém. Mas cedo falho. Falho no momento em que encontro os olhos da única pessoa capaz de me destruir qualquer convicção, objetivo ou coragem. A mesma pessoa em quem confiei e me traiu. Me ensinou que não se pode confiar em ninguém, muito menos em nós próprios... A minha confiança nele e em mim, na minha capacidade de juízo de carácteres, deixou-me mal, muito mal mesmo. 
Não só me traíste como fizeste a pior coisa que se pode fazer a uma adolescente: Tiraste-me a pouca confiança em mim mesma que tinha! 
Fecho a janela. Dispo-me, vou para o duche e deixo a água correr, deixo-a lavar aquilo que se recusa a sair. A vergonha e a dor que está colada a cada parte de mim. Seco-me, visto o pijama e sento-me a olhar para os livros. Tens de estudar tens de estudar tens de estudar tens de estudar... 
É com esta convicção que acabo todos os meus dias, uma convicção que sei ser tão falsa como aquela com que os começo.

Soraia

quinta-feira, 27 de março de 2014

Quando for eu...

Quem quer que esteja a ler isto...

Quando eu for eu quero ser diferente. Diferente do mundo complicado em que vivo. Diferente de todas aquelas complicações. Quero ser apenas especial, ter as minhas ideias e coragem para as defender, quero ser como já fui (ou então sonhei ser...) quero ser forte, guerreira, inabalável e um pilar. Um pilar para mim e para todos aqueles que precisam de um e contam comigo... Nada me dói mais como saber que os meus amigos querem, mas não podem, contar comigo. Peço por isso desculpa. Desculpem. Deixei de ser eu no dia em que me sujeitei a todas as humilhações e quebrei perante toda aquela dor. Quando não enfrentei o ultimo desafio que a vida me apresentou. Que na verdade, agora vejo, foi apenas mais um desafio, como tantos outros que sempre ultrapassei com um sorriso. Mas este desafio... a dor de confiar, ser traída e cair, não a consegui ultrapassar sem pestanejar como fiz com tanta classe desde sempre e a que vos habituei... Desculpem se nesse dia, deixei de ver o mundo à minha volta, fechei os olhos a tudo o que doesse mas na verdade ignorei tudo o que se passava comigo e com  os outros. E agora, agora que acordei, percebi, vocês estiveram perante desafios, ultrapassaram-nos ou não e eu não estive lá a bater palmas ou a ajudar-vos a levantar.
Quando for eu, vou compensar-vos. Vou compensar-me a mim. E vou derrubar todo e qualquer obstáculo entre os meus amigos e a minha pessoa. Afinal de contas, eu sou só uma "idiota" com o sorriso adormecido, que precisa de acordar.

Soraia

Desde o início...

Quem quer que esteja a ler isto...

Na verdade não vou contar a minha vida desde o início!! Apenas uma pequena introdução à vida de uma adolescente...
Tenho 16 anos. 16 anos de uma vida estranha e completamente confusa. Para quem é adulto já sei o que estão a pensar: típica crise adolescente- life sucks.
E sabem o que vos digo? sim, também. Quando tinha 10 anos, tudo o que queria era ser uma adolescente, ter 16 anos, era como se nessa idade já fosse tudo o que sempre quis, bonita, com muitos amigos, a minha mãe ia deixar-me sair... Chego a esta idade e digo? Ai que inocentezinha que eu era!! Não me considero bonita, na realidade nada mesmo, mas lá está sou uma adolescente e quando digo isto ninguém me leva a sério... Enfim. O que quero dizer é, ser adolescente é difícil por 2 grandes razões: Escola e Pais. Ser eu é dificil por 2 razões: Manter as notas na Escola e lidar com os meus Pais quando não o fasso. ser eu é dificil, ser adolescente é dificil, ser uma rapariga adolescente como eu?? PESADELO XD 
Hoje, quando cheguei à escola, a primeira coisa que ouvi foi: que calças são essas? Estrelas nas calças?-não quis saber. Depois, na aula, recebi uma nota muitoooo abaixo da média que queria ter- eu sobrevivo. Caí, bati contra o meu ex-namorado (muito recentemente ex) e continuei. Entrei na sala e ali estava, a nova namorada do meu Ex-namorado. Mas tudo bem! Nada me afetava hoje, parecia inabalável. Foi então que quebrei, e quebrei porque me apercebi... com tanta agitação, esqueci-me de comer...

quarta-feira, 26 de março de 2014

Quem quer que esteja a ler isto...

Sabem aquela sensação de chegar a casa, ao fim de um dia esgotante e dizer: Finalmente! E 10 segundos depois olham à vossa volta e dizem:
Boa! E agora? Estou cansada de ver televisão, todos os programas são basicamente sempre o mesmo. Vou ao computador. Hm... facebook? Naa... Então vou estudar. Estudar? Zero de vontade!!!
Bem se calhar não vos acontece exatamente isto, mas é por essa razão que aqui estou, para partilhar convosco a enorme "anormal" que sou. Não consigo estar feliz com nada e a maioria do tempo tudo me irrita. Problemas bastante fúteis hã? Pois mas, NÃO É ASSIM TÃO FÁCIL...
Continuem a seguir o meu blog e preparem-se para perceber que sou não só anormal mas também um grande graaande ÍMAN DE PROBLEMAS. Uma verdadeira atração para situações constrangedoras, sarilhos em que ninguém se mete e frases que ninguém, ninguém normal pelo menos, diria. Ridiculo hã?


Soraia