Estava aqui a olhar para
os livros e a pensar o quanto te quero aqui. A cada momento do meu dia, tudo
aquilo que quero és tu e quando não te posso ver…so quero chorar. Quando acordo
a primeira coisa em que penso é em ti. Olho sempre á minha volta e sonho com os
dias que estão para vir em que vou poder acordar ao teu lado, ver-te dormir e
aí sim, vou chorar. Vou chorar porque vão ser os momentos mais felizes da minha
vida, vou chorar pelos anos da minha vida que desperdicei longe de ti. Pelas
manhãs em que acordei e tu não estavas lá, pelas noites em que chorei e não te
podia abraçar. Vou chorar por finalmente estar onde pertenço.
Gosto de fazer de conta
que sou dura e nada me vai abalar. Diariamente ponho uma máscara em que sou a
pessoa mais forte e corajosa do mundo. Mas, na verdade, não tenho nada de
forte. Nada de corajoso ou duro. Sou frágil como um cristal… e já fui partido tantas
vezes, que pensei que nunca iria ser nada mais do que estilhaços a percorrer a
minha vida ao arrasto do vento, sem propósito nem sentido. Depois chegas-te tu
e devagarinho fui curando todas aquelas feridas que nunca tive tempo de sarar.
Todas aquelas mágoas que foram sendo empurradas por outras cada vez piores. Há
muito pouca coisa que me faça rir, rir por dentro, ser realmente feliz. Sabes
aquele momento em que sentes que o teu coração está ás gargalhadas? Nunca o
tinha sentido, aquela felicidade que só tu me podes dar, que só o verdadeiro
amor é capaz de criar. Anatomicamente impossível, essa gargalhada do miocárdio.
Antropologicamente incoerente, esse verdadeiro amor único. Cientificamente
incorreto, esse rir por dentro. E tu, para mim, és isso tudo, és impossível,
incoerente e incorreto. És impossível porque nunca acreditei em príncipes
encantados. Incoerente, porque és positivo quando tudo o mais é negativo. E,
por fim, és incorreto, porque acho matematicamente impossível que fosse suposto
eu encontrar-te, e no entanto, foi o que aconteceu. Desafias o mundo, tudo
aquilo em que acreditava e em que não acreditava. O que sinto por ti não foi
fruto de uma libertação de dopamina, não me apaixonei por ti, so porque sim,
apaixonei-me porque eras diferente, és diferente. Porque desafias o meu coração
a comportar-se como um tambor sempre que te aproximas. Porque fizes-te do teu
umbigo o meu centro de gravidade, e do teu amor, o centro do meu universo.

Amo-te. Tão simplesmente
como isto. Vou dizer o que nunca esperei dizer: que se lixem as ciências e
teorias. Apaixonei-me por ti porque és perfeito e não porque o meu hipotálamo
decidiu enviar ordens de se enviar dopamina para o meu sangue. Apaixonei-me por
ti porque me fazes rir, chorar, gritar, relaxar, sentir segura. Porque ao teu
lado sou só eu, não preciso de máscaras, nem de empurrar mágoas. Ao teu lado
estou finalmente a vivê-las. Estou a exprimir-me como uma pessoa normal. Estou
a sorrir porque sou genuinamente feliz, apesar de tudo o que estou a passar.
Estou ao teu lado e o conto de fadas torna-se real. Deixo de ser a gata
borralheira que só trabalha nos seus livros, na sua família, na sua casa, que só trabalha pela felicidade dos outros e
por um futuro que ninguém lhe pode garantir. Sim, estou a fazer referências à
Cinderela ;) . Mas tu não és só o meu príncipe encantado, a vida é aminha
madrasta, os desafios que tenho de aguentar as minhas irmãs malvadas. Mas tu,
tu foste a minha fada madrinha porque me tiras-te de um buraco de onde nunca
pensei sair, e reuniste os estilhaços que eu era para os transformar em cristal
outra vez. Fizeste-me abrir os olhos para o que me rodeia, levantaste-me e
levaste-me por uma aventura louca que progressivamente me levou a conhecer-te,
e a ter cada vez mais a certeza de que és o meu príncipe encantado. És tudo,
basicamente, és o meu conto de fadas e não há nada que eu queira mais do que
viver feliz para sempre contigo. Não sou perfeita, não sou romântica, não tenho
a paciência que tu mereces, não venço tudo o que se atravessa no meu caminho e
definitivamente não vou nunca livrar-me desta vida madrasta, mas acredito, que
ao teu lado, vou ser Cinderela.
Ainda não curei todas as
feridas, e mesmo que o faça vão sempre haver novas, estás na minha vida á sete
meses, já te apercebes-te que isso é inevitável. Mas prometo-te, enquanto me
aturares, sonhares comigo, e estiveres disposto a todas as loucuras por mim, eu
vou estar sempre do outro lado do espelho, disposta a tudo por ti e a fazer de
ti a única coisa com que realmente vale a pena sonhar. Por muitas vezes que te
agradeça, nunca o vou fazer o suficiente, sei disso, e peço desculpa pelas
vezes em que erro e não o admito.
Como disse, não sou
perfeita. Sou só eu, Cláudia Silva, a verdadeira Dita, a única que vale a pena
conhecer, e aquela que so posso ser quando estou ao teu lado. Aquela que te deu
e vai dar tudo aquilo que tem para oferecer, o pouco e o tudo que tenha, é teu
e tu sabe-lo. Nunca te esqueças disto: posso não ser uma princesa, mas sou a
tua princesa, queres ser o meu príncipe?