Só sonho com ele, o meu subconsciente está completamente saudosista... Eu não lhe dou um unico pensamento do meu dia normalmente, tenho a cabeça tão cheia de coisas que nem tenho tempo de me concentrar na dor e etc etc e tal...
Quer dizer, não sonho com momentos que poderíamos ter vindo a ter nem coisas que gostaria de ter dito ou feito e não fiz ou disse, não sou assim tão surreal. Sei que não tínhamos futuro e aparte o mau-final não estava a espera que durássemos para sempre, era demasiado perfeito para ser real. Nada disso. Sonho com o passado.
Os meus sonhos são as telas das memórias. As telas daquilo que tive com a pessoa que mais amei em toda a minha vida. E isso assusta-me de verdade. A meio da noite vejo tudo vezes e vezes sem conta, as palavras certas ditas no momento certo, as cartas perfumadas, as prendas, as serenatas, os segredos, as confissões. Vejo esses momentos que estão enterrados no passado e que não me permito recordar no dia-a-dia. Vejo tudo isso. E quando acordo sinto-me zonza... Como se estivesse inebriada pelas sensações que as memórias me causam agora e com as emoções que causaram na altura... É um cocktail perigoso, um cocktail que me deixa completamente confusa. Acordo, sento-me na cama e vejo o sonho todo a escaparse-me pelos dedos como se fossem uma areia muito fina,quente e agradável durante algum tempo até se tornar incomoda...
Incomoda-me o quanto está vivo na minha memória, incomoda-me que lide tão bem com tudo isto, incomoda-me...
Os meus sonhos sempre foram muito importantes para mim porque me revelam medos e desejos que nem eu sei que tenho. Mas desta vez, acho que não é nada disso, tenho a certeza de que estas fitas que vejo desenrolarem-se todas as noites são o meu castigo. O castigo que eu própria dei finalmente a mim mesma por ter feito aquilo que sempre jurei não fazer: mandar-me de cabeça...
Sou tão cruel...
Os meus sonhos sempre foram muito importantes para mim porque me revelam medos e desejos que nem eu sei que tenho. Mas desta vez, acho que não é nada disso, tenho a certeza de que estas fitas que vejo desenrolarem-se todas as noites são o meu castigo. O castigo que eu própria dei finalmente a mim mesma por ter feito aquilo que sempre jurei não fazer: mandar-me de cabeça...
Sou tão cruel...
